sábado, 22 de outubro de 2011

SERÁ QUE A MAÇÃ VAI VIRAR STRUDEL?

Este é um artigo escrito pelo professor Jorge Scarpin que está no blog Contabilidade, Finanças e Atualidades. Li, achei super legal e estou postando aqui. Vejam que analise interessante!
Desde a morte de Steve Jobs, muita gente do meio econômico e também de tecnologia se pergunta: a Apple sobreviverá sem seu mentor? Ou, como mencionei no título, será que a maçã vai virar um strudel?
A situação da Apple pode ser relacionada com os problemas de sucessão em empresas familiares, no qual o patriarca morre e a empresa não consegue se manter, pois ela é o seu patriarca. Neste caso, a Apple era frequentemente tratada como a empresa do Steve Jobs, principalmente depois do seu renascimento das cinzas, como uma Fênix, com uma volta triunfal à empresa nos anos 90, depois de ser demitido cerca de dez anos antes.
Nos próximos meses, não vejo problemas com a continuidade da empresa, pois a memória de Steve Jobs estará muito viva na mente dos consumidores, os quais irão relacionar os lançamentos a memória de seu idealizador. Mas, e quando isto se exaurir? E quando novos lançamentos precisarem vir ao mercado? Vi uma entrevista de um executivo da Apple dizendo que Steve Jobs já deixou produtos para os próximos quatro ou cinco anos, o que é uma falácia, pois, por mais visionário que fosse, quatro a cinco anos para empresas como a Apple é uma eternidade em matéria de lançamentos de novos produtos.
A grande questão é analisar o comportamento do consumidor da Apple, sob dois aspectos, a imagem da companhia e a razão da compra dos produtos da companhia.
O consumidor liga a imagem da Apple aos produtos que vende ou à figura de Steve Jobs? Compram produtos por admirar a empresa ou o seu fundador? Creio que muitas pessoas associam a boa imagem da Apple à espetacular figura de Steve Jobs e, caso a Apple não consiga mudar esta imagem, estará em sérios apuros, visto que a imagem de Steve Jobs tende a se manter viva de maneira muito forte no curto prazo, virando uma espécie de mártir dos geeks, mas provavelmente não se sustentará no longo prazo.
A segunda questão relevante é: os consumidores compram os produtos da Apple por sua qualidade ou por status? E se for por status, é por ser um produto da Apple ou do Steve Jobs? A Apple precisará convencer seus clientes que conseguirá manter o nível de status e inovação, mesmo sem Steve Jobs, pois do contrário, o risco aos seus negócios passará a ser eminente.
Se a Apple não conseguir se livrar da figura do seu fundador, veremos a maçã se tornando lentamente em um strudel, que, para quem não conhece, é um doce alemão onde a maçã é cortada em pedaços bem pequenos e finos e, lentamente, vai assando, assando e assando até se tornar um belo e delicioso doce.